Como montar um projeto literário?

Pt.2 — Como trabalhar com as ideias organizadas.

L. Batista
7 min readMay 20, 2021
Créditos: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Depois de ler a primeira parte dessa sequência de artigos é possível perceber que, com um pouco de disposição e organização, qualquer autor tem condições de construir uma história com um mínimo de coerência no andamento.

Para quem veio diretamente a este artigo, recomendo que use alguns minutos do tempo livre e leia o material que o antecede:

1- Como Começar a Escrever Um Livro — Aprenda a tirar a história da sua mente para colocar no papel.

2- Começo, meio e fim — como tirar o livro da sua mente e colocá-lo no papel.

3- Como montar um projeto literário? Pt.1 — aprenda a organizar as suas ideias.

Muitos autores demoram um bom tempo para desenvolver um estilo que seja satisfatório para as suas necessidades. Há muito conteúdo na internet com dicas e caminhos para começar a escrever, mas, depois de muita pesquisa, percebemos que a maioria deles não entrega uma explicação clara dos caminhos que possam nortear novos escritores com mais objetividade.

As primeiras palavras em um texto são as mais difíceis de escrever, na opinião de muita gente iniciante.

Este conteúdo foi preparado com uma síntese do que deu certo entre várias tentativas e erros de um autor independente que já tem algum tempo de estrada.

Então, vamos ver como podemos ajudar nossos amigos que acham que têm algum bloqueio de escrita para começar suas histórias.

Imagem de um descobrimento de local
Créditos: Imagem de Bronisław Dróżka por Pixabay

Story Line, Sinopse e Argumento prontos, paro por aqui?

Com esse material inicial preparado, o autor já tem condições de começar a desenvolver a sua história e trabalhar em cima dos capítulos.

Mas é interessante se manter dentro do conceito estratégico e entender que há mais ferramentas que auxiliem neste desenvolvimento, planejando como as próximas ações serão executadas e direcionando o material para que se aproxime do cumprimento de objetivos previamente traçados.

A “Visão do Autor”

Imagem de um túnel tecnológico
Créditos: Imagem de Mirzet por Pixabay

É comum algum leitor começar uma obra e chegar ao seu final com a sensação de que alguns elementos foram previamente pensados para existirem nela, criando sentimentos de empatia, sensibilização pela proximidade de fatos narrados que se assemelham com a vida do leitor, ou mesmo a humanização de personagens.

Sim, tudo isso pode ser realmente inserido de forma proposital.

Portanto, é muito interessante criar no projeto literário uma nova seção logo após o Argumento, nomeando-a Visão do Autor.

Neste ponto, que não carece de muito mais do que meia página do redator de textos padrão utilizado, é possível discorrer a respeito dos motivos que levaram o autor a criar essa história, de onde a inspiração para ela vem e realmente a visão que o autor tem da repercussão que ela pode vir a ter.

Na melhor das hipóteses, essa seção vai ajudar o entendimento da pessoa que a ler a respeito de como a cabeça do autor funcionou na criação e desenvolvimento do material.
E na pior das hipóteses, futuramente, quando o autor voltar a ler o que havia escrito no começo, ajudará a entender pontos de ruptura que podem ocorrer capítulos à frente quando a escrita está tão embalada que nem mesmo o próprio autor entende algumas mudanças que inseriu no seu escrito, podendo utilizar a Visão do Autor como um resgate para o sentido inicial que ele desejou para a obra.

A Relação do Projeto com o Público Relacionado

Imagem com diversas silhuetas de pessoas em integração
Créditos: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

E esta é mais uma seção que pode ser criada, complementando a visão do autor.

Neste ponto do projeto, pode ser definido um público que o autor porventura deseja atingir e correlacionar os motivos pelos quais a Visão do Autor pode “falar” com esse público, demonstrando inclusive as formas que ele enxerga para alcançar esse público esperado.

Com a existência desses dois elementos, qualquer escritor pode tomar ações para destacar momentos da obra em que se pode trabalhar para atingir esses objetivos.

Mas o que é imprescindível?

Imagem de sinais que indicam importância
Créditos: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

A Visão do Autor e a Relação do Projeto com o Público Relacionado são seções opcionais, mas interessantes de se ter no trabalho porque elas norteiam objetivos e dizem claramente onde o autor quer chegar com sua obra. Porém, ainda assim, elas não são de extrema necessidade para a criação do projeto, podendo ser elaboradas depois de um tempo do desenvolvimento da obra, ou nem mesmo existirem. Tudo vai depender da escolha do autor.

Mas é importante que o projeto possua como última seção a Descrição das Personagens.

O Argumento provavelmente já trouxe os nomes de algumas delas, então o autor precisa começar a pensar em um detalhamento deste elemento para ter subsídios em sua inserção na história e acontecimentos futuros.

Muitos métodos podem ser utilizados, mas é importante não fazer, neste ponto, um detalhamento muito aprofundado. É preciso entender que, para começar, o mais importante é listar as características físicas e psicológicas básicas, idade e um breve histórico de cada personagem.

Isso servirá de norte para uma criação mais criteriosa que poderá vir em segundo plano, de acordo com a complexidade da história. Utilizando um método bem consistente, o próprio autor poderá se surpreender com a profundidade de suas personagens ao final da obra.

E o que fazer com os capítulos?

Imagem de um quebra-cabeça em formato de cérebro
Créditos: Imagem de Gordon Johnson por Pixabay

Como um software redator de textos padrão nos permite a possibilidade de editar os textos a qualquer momento, eu costumo criar uma Lista de Capítulos entre o Argumento e a Visão do Autor.

Na seção criada, eu organizo cada capítulo desenvolvido no arquivo onde vou redigir a história.

Geralmente, eu inicio a seção numerando três linhas como “1- Início”, “2- Meio” e “3- Fim”. Partindo deste ponto, tão logo eu termino de escrever o primeiro capítulo e atribuo um nome a ele, volto no projeto e altero o nome do capítulo com o que inventei para ele. Então, o “1- Início” passa a ser nomeado de fato, mas não em definitivo, e a inclusão de novos números vai ocorrendo naturalmente até que o fim tenha o seu novo e definitivo número, e em muitas vezes um nome também.

Sempre que termino o primeiro capítulo e o enumero, inicio mais uma seção após a lista e a nomeio Sinopse de Capítulos.

Como o próprio nome pede, após a minha leitura do capítulo produzido e considerado pronto, faço um breve resumo dos fatos narrados naquele capítulo em algumas linhas. Isso me ajuda a consultar de forma rápida o que já escrevi, para dar sequência no próximo capítulo mesmo que meses tenham se passado, me desobrigando de ler o capítulo todo para continuar — algo que faço em outro momento, mas apenas para trabalhar com detalhes e verificar coerência e pontas soltas na história.

Imagem com silhuetas e rostos de personagens aleatórios
Créditos: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Enfim, com todo esse material pronto, um Projeto de Livro estará feito e fundamentará a obra que derivará dele. Podendo ser escrita e desenvolvida a qualquer tempo, mesmo que se passem anos sem que o autor possa se debruçar neste trabalho.

Com todas as etapas sugeridas sendo cumpridas, e atualizadas ao longo da produção da obra, no final, o autor ganha um bônus que o deixará um passo à frente quando optar por encaminhar sua obra para avaliação de uma Editora e, assim, tentar conseguir um contrato de publicação.

Editoras recebem uma infinidade de materiais para avaliação.
Se o trabalho for encaminhado acompanhando um projeto literário, as chances de que seja lido antes de se fazer a avaliação das outras obras, que não acompanham um, são muito grandes, porque o editor terá em mãos um resumo detalhado do material que aguarda por sua avaliação, podendo criar, inclusive, um interesse maior por conhecer os capítulos da obra na íntegra.

Porém, deve-se lembrar que toda segurança é sempre muito bem vinda.
E por isso eu aconselho que todo autor só remeta sua obra à avaliação de uma Editora após fazer o devido registro do material.

Não deixe de ler os outros artigos relacionados ao assunto:

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Vou mostrar o meu processo para a criação e detalhamento de personagens, ambientação e cronologia, e alguns outros assuntos que podem ser de grande ajuda para quem está começando e até mesmo para escritores veteranos. Caso alguém demonstre interesse, poderei dar mais atenção para o processo de registro de um livro e fazer um artigo explicando como registrar os direitos autorais do seu livro.

Espero que você tenha gostado.
Faça parte dessa história compartilhando com seus amigos.

Nos vemos em breve.

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L. Batista
L. Batista

Written by L. Batista

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