Como montar um projeto literário?
Pt. 1 — Aprenda a organizar suas ideias.
Depois de ter o primeiro contato com a escrita de uma obra literária, já há bagagem para começar a montar o quebra-cabeças e colocar as ideias no papel, ou no redator digital de textos em um computador ou Smartphone.
Para quem veio diretamente a este artigo, recomendo que use 5 minutinhos do tempo livre para ler o primeiro e o segundo capítulo desta saga:
1- Como Começar a Escrever Um Livro — Aprenda a tirar a história da sua mente para colocar no papel.
2- Começo, meio e fim — como tirar o livro da sua mente e colocá-lo no papel.
Muitos autores demoram um bom tempo para desenvolver um estilo que seja satisfatório para as suas necessidades. Há muito conteúdo na internet com dicas e caminhos para começar a escrever, mas, depois de muita pesquisa, percebemos que a maioria deles não entrega uma explicação clara dos caminhos que possam nortear novos escritores com mais objetividade.
As primeiras palavras em um texto são as mais difíceis de escrever, na opinião de muita gente iniciante.
Este conteúdo foi preparado com uma síntese do que deu certo entre várias tentativas e erros de um autor independente que já tem algum tempo de estrada.
Então, vamos ver como podemos ajudar nossos amigos que acham que têm algum bloqueio de escrita para começar suas histórias.
Ter em mente que a organização é a chave para o progresso.
Não adianta um autor ter um monte de ideias inovadoras e geniais, deixando-as se perderem ao vento, sem fazer um registro e traçar uma estratégia para trabalhar com elas depois.
É comum ouvir de pessoas que estão começando, ou mesmo de autores veteranos que não vivem da escrita como fonte principal de renda, que eles não têm uma rotina programada e não se preocupam muito com a organização de suas ideias.
Isso não pode ser considerado um erro grave, porque o resultado final é sempre o mais importante!
Porém, se é possível melhorar esse resultado final, por que não melhorá-lo e, como bônus, criar novos caminhos para obras futuras?
É necessário ter um projeto de livro?
Não existe uma regra com exigências sobre como um autor precisa trabalhar para criar seus projetos.
E esse é um processo particular de cada um, fruto da experiência adquirida por quem já fez o mesmo tipo de coisa por diversas vezes e, observando o que funciona e o que não funciona, criou um método para sua própria organização.
Nos dias de hoje, existem vários cursos em que autores ensinam os seus métodos para os alunos que se dispõem a pagar por esse conhecimento.
Muita gente se deslumbra com um ou outro conteúdo apresentado nesses cursos achando que, seguindo religiosamente aquela estratégia, conseguirá construir um projeto que o levará ao sucesso quando o livro estiver pronto.
Claro que pode funcionar, mas e se não funcionar?
Na prática a teoria sempre é outra e, na mesma proporção, há quem perca a motivação para escrever quando percebe que aquele método que tanto estudou funcionou para um — e de repente esse “um” não é “qualquer um”, mas um escritor famoso e de sucesso, veterano que já se frustrou muito até encontrar o caminho das pedras — porém, ao fazer sua aplicação, o método não funcionou para outros, e desmotivou totalmente o aluno que pagou uma pequena fortuna para ter essa frustração.
A frustração faz parte do processo, mas tem um “mas”! — Sempre tem um “mas”.
Mas isso não quer dizer que o processo seja falho, só que é bem possível que seja um processo que funciona muito bem para o seu criador — por entender suas particularidades e detalhes de um jeito que nem mesmo ele consegue explicar, pois surgiram durante o seu desenvolvimento árduo por anos e ele apenas os assimilou.
Justamente por esse motivo, para evitar incertezas e erros que levem à desmotivação, ao pensar em procurar métodos para testar seu funcionamento, é preciso ter em mente três palavras-chave: SIMPLES, DINÂMICO e ACESSÍVEL.
A simplicidade está em organizar as ideias de uma forma rápida e segura, evitando elaborar algo que não vá fazer sentido depois, quando ele precisa ser dinâmico porque terá que ser lido para que se possa trabalhar em cima dele.
E a acessibilidade está em arquivar esse projeto de uma forma que possa ser visualizado e editado sem nenhuma demora ou burocracia que crie desânimo em dar continuidade em tudo que já foi feito.
E além de tudo isso, precisamos entender que o mundo da escrita é extremamente competitivo e nem todos os autores desejam o sucesso de seus concorrentes.
Mas, como eu penso que é melhor ter mais gente escrevendo bons textos e incentivando outras pessoas a lerem, então compartilharei os meus processos na sua forma mais básica, da maneira mais didática possível, porque também acredito o conhecimento represado se perde e, em contrapartida, o conhecimento repassado se perpetua.
Então, como montar um projeto de livro?
Não é nenhum bicho de 7 cabeças, mas é algo que exige algum tempo e um pouco de atenção.
Mas antes, é preciso entender que um projeto pode, e deve, passar por alterações e aperfeiçoamento, desde o momento em que é concebido até a finalização do livro!
Com isso esclarecido, na forma básica, há uma sequência de ações a serem seguidas. Depois, com o tempo, o autor pode aperfeiçoar esse processo da forma como funcionar melhor para ele. Mas, com as próximas informações, começar a história será algo mais fácil e, com alguma prática, realizado com maior fluidez.
1 Storyline: Sabe aquela ideia que o autor teve em algum momento inusitado, ou em um simples instante de reflexão? — então, é aqui que ele vai transcrever a anotação inicial que fez teve sobre ela.
Por isso que o hábito de anotar qualquer ideia sobre uma história, mesmo que ela pareça absurda, é tão importante. Com toda certeza, ao trazer a anotação para servir como a primeira peça que da fundação do projeto, o autor não terá dificuldade em resumir o que ele quer a obra passe ao leitor.
Então, sem nenhum medo de errar, é preciso resumir em umas 4 ou 5 linhas, de um redator de textos padrão, o que é este projeto e colocar isso como a “Storyline”.
Storyline basicamente significa “enredo”, e a ideia seria resumir toda história em uma única linha, algo que não é tão fácil e não é o alvo dessa etapa, mas o autor precisa se habituar a fazer
Neste ponto, é preciso apenas sintetizar o que se espera do conto em poucas linhas que, com toda certeza, serão alteradas até o final da obra.
2 Sinopse: O autor já escreveu a Storyline, mas ele precisa pensar em mais alguns detalhes para começar a moldar a obra. Deve-se desenvolver os elementos principais ou mais interessantes a serem trabalhados no projeto, mas sem cometer exageros!
Não é necessário mais do 10 ou 15 linhas, de um redator de textos padrão, para escrever uma boa sinopse. O que é preciso, é ter em mente que algumas coisas podem ser inseridas na história e isso deve chamar atenção para a necessidade de trabalhar em cima delas depois.
Este é o momento do autor lembrar o que são os Atos e pensar no que pode se esperar que aconteça em cada um deles, incrementando a Storyline com essa divisão em atos, ou mesmo escrevendo uma sinopse que se aprofunde nas primeiras palavras mas conte a Storyline de uma forma totalmente diferente e mais elaborada.
É interessante que o autor pense em como ele resumiria uma história de várias páginas de livro em breves palavras que se encaixem no molde de Sinopse.
3 Argumento: Depois que existir uma sinopse, mesmo que seja somente um rascunho a ser lapidado no futuro, não será difícil começar desenvolver os elementos citados com ainda mais profundidade. Basta forçar um pouco a imaginação.
Um bom argumento não precisa ser extenso, mas é interessante que possua entre duas páginas e meia a três páginas, de um redator de textos padrão. Essa etapa será bem mais elaborada e os Atos que foram idealizados anteriormente começarão a ganhar uma forma mais consistente, apresentando personagens, ambientação, cronologia, acontecimentos importantes e algumas de suas características.
Quando o rascunho do argumento estiver pronto, não será difícil criar uma rota a ser seguida para dividir o conto em capítulos.
Após algumas leituras posteriores de todo esse material produzido, o autor terá condições de imaginar o movimento que a sua obra precisa. Será mais fácil encaixar os projetos de capítulos nos atos e criar um sequenciamento lógico das impressões que ele deseja que essas subdivisões da obra apresentem.
Algumas pessoas possuem a habilidade de escrever sem utilizar esse tipo de forma metódica para suas obras, mas, em contraponto, há uma infinidade de escritores promissores que se enxergam à deriva quando pensam em colocar algo no papel.
Esse é o básico do método que eu uso e espero que assim, com essa minha forma de compartilhar meus processos de escrita, um “projeto” de farol possa guiar os navegantes que se sentem perdidos neste imenso mar da escrita.
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Espero que você tenha gostado.
Nos vemos em breve.
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